SÃO PAULO - O forte clima de aversão ao risco que tomou o
mercado financeiro nesta segunda-feira, 14, fez o dólar atingir R$ 2,001, na
máxima do dia, às 14h36. Essa alta perdeu força e a moeda norte-americana
encerrou o pregão em alta 1,74%, cotada a R$1,986.
O aumento da cotação foi consequência da busca por
proteção por parte dos investidores, que começaram a semana preocupados com o
impasse político na Grécia.
Analistas explicam o agravamento da crise do euro reforça
a perspectiva de redução do fluxo de recursos para o País, o que estimula a
compra do dólar. Neste final de semana fracassaram as tentativas de formação de
uma coalizão para governar a Grécia, o que levou o Banco Central Europeu a falar,
abertamente, sobre a possibilidade de saída do país da zona do euro.
A abrupta valorização, no entanto, não incomoda o governo
brasileiro. O ministro da Fazenda, Guido Mantega disse há pouco que 'o dólar
alto beneficia a indústria, não preocupa e que o governo não vai estabelecer
parâmetro para o câmbio'. Nesse ambiente, o Banco Central se mantém ausente das
mesas de câmbio desde 30 de abril.
Já a Bovespa registrava queda de 2,94%, aos 57.696 pontos
às 16h37. A queda da produção industrial na zona do euro em março, que confirma
a previsão de que o bloco deve entrar em recessão, também colaborou para que os
investidores vendessem ações e buscassem aplicações mais seguras.