Mundo da Logistica
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Sabores da semana de vinhos
Para não errar nas harmonizações, anote esta dica: carnes vermelhas vão bem com vinhos tintos encorpados, como os das uvas Cabernet Sauvignon, Carmenère e Tempranillo.
sábado, 2 de junho de 2012
O motorista
A vida de motorista
A vida de camioneiro é muito trabalhosa. A habilitação é
só um pré-requisito e o que vale mesmo nas estradas é a experiência. Mas a
rotina das estradas normalmente é viciante, e os motoristas de caminhão não
pensam em parar. Mais um insentivo são as remunerações que podem ser muito
boas, principalmente para quem é dono do próprio veículo. Veja como tirar licença para ser motorista de
caminhão.
O Brasil é
um dos países com maior número de grandes rodovias entre cidades e Estados.
Neste sentido, se o país vive um grande crescimento econômico é porque
certamente grande parte deste cenário se deve aos caminhoneiros que devem estar
preparados para dirigir com segurança para não afetar a sua ou a integridade
física dos outros motoristas. Veja como tirar licença para ser motorista de
caminhão.
É necessário possuir CNH (Carteira Nacional de Habilitação) nível D. Neste sentido,
menos de 18 anos não são permitidos. Vale ressaltar este ponto uma vez que em
outras grandes nações adolescentes estão aptos para participar da avaliação e
retirar a licença para dirigir caminhão.
Outro ponto indispensável é saber ler e escrever. De fato,
analfabetos não conseguem identificar as placas de trânsito.
A primeira coisa é procurar algum órgão ou clínica ligada
ao DETRAN para começar com o exame médico e
psicotécnico. Neste sentido, serão avaliados os perfis
psicológicos e físicos.
Logo após esta primeira etapa os solicitantes devem se
matricular no CFC (Centro de formação de Condutores) utilizando a planilha dos resultados
positivos e outros documentos pessoais. São dadas 30h de aulas teóricas com
matéria relacionada com as principais regras da legislação de trânsito.
Com o número de horas completadas é necessário realizar
prova teórica de múltipla escolha doDETRAN . Os aprovados podem começar com as aulas
práticas, pelo menos 15h, contudo algumas pessoas preferem fazer mais horas
quando não se sentem preparadas.
Por fim, basta ser aprovado no teste prático e retirar sua
CNH nível D.
Trabalho
sob pressão
O carreteiro amanhece e anoitece sob
pressão, numa rotina desgastante de compromissos profissionais a serem
cumpridos, sem falar nos inevitáveis problemas domésticos que precisam ser
resolvidos resultando em situações que são potencializadas e acabam se
refletindo diretamente no seu bem-estar físico e mental. Essa pressão, geradora
de estresse – aliada aos maus hábitos alimentares e falta de exercícios físicos
decorrentes da atividade – é prejudicial à saúde, como todos sabem. Porém, as
mudanças climáticas que acontecem durante as viagens, de uma região para outra,
ou mesmo das estações do ano, também se constituem num risco para a saúde do
carreteiro.
De acordo com o médico
Allan Pierre Foltz, 36 anos e 12 de medicina de família, é no Verão que pessoas
que precisam enfrentar o seu dia a dia em condições estressantes ficam sujeitas
a sofrerem distúrbios com mais facilidade. “Um deles é hipohidratação, por isso
é importante que motoristas e viajantes em geral prestem muita atenção ao
consumo adequado de líquidos, não só água, mas também de sucos e bebidas ricas
em sais minerais que auxiliam na fixação da água no organismo”, aconselha.
Lembra que o uso constante de ventiladores e ar-condicionado refrescam, mas
também acelera o processo de perda de líquido pelo corpo, pois ajuda na
evaporação do suor, e essa perda muitas vezes não é notada pela pessoa. “Água,
sim, porém somente filtrada ou mineral, ao contrário o risco de contaminação é
grande”, adverte o médico.
Destaca, também, a preocupação com
alimentos contaminados. “Bares e restaurantes nem sempre têm condições
adequadas de higiene, então não se pode descuidar, com atenção especial para
alimentos manipulados, fritos e até mesmo assados. O ideal é preferir alimentos
frescos ou refrigerados”. Segundo ele, mesmo tomando todos os cuidados, se o
viajante contrair alguma patologia intestinal, onde o principal sintoma são as
fezes líquidas – deve ser feita a hidratação com sais de reposição oral e, se
necessário, procurar auxílio médico. “A grande maioria das síndromes diarréicas
são de fácil tratamento, mas se houver sangramento ou febre, um médico deve ser
consultado com urgência”, explica. E lembra que, como nesta época do ano a
incidência solar é maior, deve ser redobrado os cuidados de proteção da pele,
com a utilização de protetor solar em todas as partes do corpo expostas a luz,
mesmo que não estejam diretamente ao sol, como mãos, rosto, orelhas e
principalmente o pescoço. Lembra que a ação do protetor é de aproximadamente
quatro horas e, se houver muita sudorese, esse período encurta para duas horas.
Acrescenta que o Fator de Proteção Solar (FPS) deve ser de no mínimo 30,
dependendo da cor da pele, e para os mais brancos o ideal é o FPS 60.
Mesmo sem ainda ter consultado um
médico, o carreteiro Valdir Ruiz Diniz disse que não estava bem de saúde.
Natural de Maringá/PR, 30 anos de idade, seis de volante, e dirigindo um
caminhão tanque 2008 no transporte internacional, ele confessou na ocasião que
só esperava chegar à sua casa para fazer um check-up médico. Contou que sentia
tonturas frequentes, atribuindo o problema à pressão. Já foi obrigado a parar o
caminhão com medo de sofrer um acidente. Lembra que apesar de ser novo, sofre
muito com qualquer mudança de temperatura. No Inverno por causa da bronquite,
precisa fazer inalações. E no Verão sofre com diarréias constantes, que combate
com água e limão ou água e maizena. Afirma que cuida da alimentação, come
bastante frutas e só toma água mineral. Concorda que tem andado muito
estressado com o trabalho e com problemas familiares, pois se separou da mulher
há pouco e tem filhos. Além disso, “as longas esperas nas aduanas e a falta de
respeito desse povo com o motorista de caminhão vão deixando a gente nervosa”,
afirma.
Adriano Lopes Pereira, 38 anos e
oito de profissão, natural de Itaqui/RS, cuida da saúde, evitando se expor aos
extremos de temperaturas no Inverno ou Verão. Previne-se com vacinas
antigripais, tem os lugares certos para a alimentação, só toma água mineral.
Diz que pelo menos uma vez ao mês verifica a pressão arterial e faz um exame
médico completo a cada ano. O último check-up foi há seis meses e há quatro
está usando óculos porque sentia muitas dores de cabeça. O oftalmologista
receitou um tipo de lente especial que resolveu o problema. Agora está tudo
bem, afirma. Garante que é preciso estar atento e não facilitar. “Quem está no
trecho não pode adoecer”, afirma.
Sandro Odinei dos Santos Rodrigues,
natural de Uruguaiana/RS, tem 27 anos e três de profissão. Trabalha com um
caminhão 86 trucado e viaja entre São Paulo e Argentina. Segundo ele, no
Inverno se resfria com facilidade. Se cura com remédios comuns e de vez em
quando um chá caseiro. No Verão fica sempre doente do estômago e com diarréias
frequentes por causa da alimentação e da água, principalmente na Argentina, diz
ele. Nem sempre dá para escolher um lugar adequado para as refeições e muitas
vezes come um sanduiche ou pastel e volta para a estrada. Sempre que possível
leva frutas e água mineral na cabina, mas “nem sempre é possível”, brinca. Já
está acostumado com esses inconvenientes, os quais sabe as causas, mas vai
levando enquanto der e se curando com remédios caseiros e ” sempre tomando
muita água para não ficar desidratado”, conforme afirma.
Glauber Slaviero é natural de
Tapejara/RS, tem 35 anos, 15 de volante e trabalha com um caminhão 2003
viajando entre os países do Mercosul e os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais e Bahia. Ele afirma que sofre mais nos meses de Verão – a não ser
nos rigores do Inverno na travessia dos Andes – quando padece de dores de
barriga constantes causadas pela água salobra ou alimentação estragada. Prefere
cozinhar, mas nem sempre dá tempo. Então é preciso se contentar com um pastel e
uma xícara de café com leite. “Às vezes não dá para escolher um lugar adequado
para as refeições e é preciso se contentar com o que aparece”, afirma. Por
isso, costuma levar frutas e água mineral na cabina para as emergências. Também
se ressente de resfriados frequentes no Verão, quase sempre pelo fato de nos
dias de muito calor dirigir sem camisa e com o vidro aberto, fazendo com que o
corpo esfrie muito rapidamente com a evaporação do suor, acabando num
resfriado. Lembra que anualmente passa por exame médico completo por exigência
da empresa e sempre que vê serviços de atendimento nas praças de pedágios,
verifica a pressão e faz todos os exames disponíveis. Fuma eventualmente e não
bebe. “Afinal, não dá pra brincar com a saúde, garante.
O carreteiro Alexandre Fonseca de
Oliveira, 33 anos e oito de direção, natural de Londrina/PR, trabalha no
transporte internacional dirigindo um caminhão 2008. Tem boa saúde e
dificilmente fica resfriado. Prefere o clima quente, mas já acostumou com o frio
de tanto atravessar as Cordilheiras dos Andes. Diz cuidar da alimentação
consumindo apenas alimentos saudáveis, frutas, verduras e legumes. “Tomo
bastante água e sempre mineral, porque a de torneira, nos postos de
combustíveis, é terrível”, comenta. Na Argentina, a situação é pior, segundo
diz. Entre os cuidados que Alexandre toma para preservar a saúde, também está
incluída a perfeita regulagem do ar quente ou do frio da cabina, conforme as
circunstâncias, mas sempre mantendo um equilíbrio com o ar externo ou mantendo
o ambiente úmido. Fez um exame médico completo há seis meses e está tudo em
ordem. E, como não fuma e não bebe, acredita que se continuar assim, não terá
com o que se preocupar por algum tempo. Mas, como nada é perfeito, lembra que
há alguns meses comeu num restaurante no Nordeste e ficou mal da barriga.
“Alguma coisa estragada”, raciocina.
Igualmente com boa saúde e comendo
de tudo, sem preocupações com o Inverno ou Verão, o carreteiro Neivo Antônio
Barreta, 43 anos e 18 de profissão, natural de Sananduva/RS, apenas se queixa
de dores nas costas. Ele tem hérnia de disco há anos e a solução seria
cirúrgica, alternativa descartada por enquanto. Prefere fazer suas próprias
refeições, levando alimentos do seu gosto na “caixa cozinha”, mas sem incluir
frutas, verduras ou legumes, “que não é muito chegado”. Em compensação toma
muita água mineral e muito chimarrão, três ou quatro vezes ao dia, não correndo
o risco de ficar desidratado, garante sorrindo. Neivo não tem problemas de
saúde, a não ser a dor nas costas, que depois de algumas sessões de massagens
de uma comadre, que é massoterapeuta, quase sumiram. Essas massagens foram
feitas há quase um ano e ele está se sentindo muito bem. E, quanto à
alimentação, garante que come de tudo, sem problemas.
FONTE: Revista O Carreteiro
O perigo da privação do sono para o motorista
Um final de noite, o cansaço, a monotonia de uma estrada ampla e longa. Existem muitas razões para um motorista ficar sonolento ao volante. Independente da causa, as conseqüências podem ser devastadoras. A proporção de acidentes causados pelo cansaço dos condutores varia de um estudo para outro, mas normalmente gira entre 15% e 60%. As pesquisas também mostram que este tipo de acidente é muitas vezes mais grave do que as colisões causadas por outros fatores, já que os tempos de reação são retardados.
"Esta comprovado que dirigir cansado é tão perigoso quanto dirigir com álcool no sangue", diz o pesquisador do sono e professor da Karolinska Institutet e da Universidade de Estocolmo, Torbjörn Akerstedt.
Em seus estudos, o professor Akerstedt coloca pessoas cansadas em um simulador de condução de veículo para estudar como elas reagem ao volante. Muitos dos participantes do teste, após sentirem os primeiros sintomas clássicos de cansaço, como pálpebras pesadas e bocejos, entram no que é conhecido como microssono , situação em que cochilam por alguns segundos, muitas vezes sem perceber.
O corpo humano tem um
ritmo biológico natural que faz com que queira dormir durante a noite. Como
resultado, a qualidade do sono é pior durante o dia.
Um condutor cansado reage mais lentamente e leva mais tempo para detectar perigos que se aproximam, como obras nas estradas e passagens de nível. O cansaço prejudica tanto a sua capacidade de processar informação, como a sua função de memória a curto prazo.
Um condutor cansado reage mais lentamente e leva mais tempo para detectar perigos que se aproximam, como obras nas estradas e passagens de nível. O cansaço prejudica tanto a sua capacidade de processar informação, como a sua função de memória a curto prazo.
veja um vídeo de um motorista
que dormi no volante ...
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Nível do Rio Negro chega a recorde de quase 30 metros
MANAUS - O Rio Negro alcançou nesta quarta-feira, 16, o nível de
29,79 metros, o maior já registrado na história. A medição está dois
centímetros acima da verificada na cheia de 2009, até então considerada a mais
intensa.
Ao todo, 49 dos 62 municípios do Amazonas estão em
situação de emergência. Pelo menos 75 mil famílias já foram afetadas pelas
inundações em todo o Estado. 'A situação é catastrófica. Quando chove é esse
corre-corre danado. É um vexame, todo mundo se apavorando', diz Maria das
Graças, moradora do bairro São Jorge, na periferia de Manaus.
Segundo dados da prefeitura, mais de 18 mil pessoas foram
afetadas em 11 bairros da capital amazonense: São Raimundo, Presidente Vargas
(Matinha e Bariti), Glória, São Geraldo, São Jorge, Aparecida, Educandos,
Betânia, Raiz, Morro da Liberdade e centro.
'Cada vez que chove aumenta a água. E não é normal, apesar
de morarmos em uma área que alaga. Mas a gente não esperava que fosse ficar
desse jeito ', disse Lorraine Gabriele, moradora do Bariri.
As águas chegam aos bairros por meio dos córregos e
igarapés, espalhados por Manaus. Junto com a água, há muito lixo e esgoto, o
que prejudica principalmente as crianças, que reclamam de dor de cabeça, vômito
e diarreia. A prefeitura e a Defesa Civil têm promovido ações como a retirada
de lixo dos igarapés, a construção de passarelas e a distribuição de água
potável e cestas básicas.
Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a situação
pode ainda piorar, já que a estimativa é que o nível do Rio Negro ultrapasse os
30 metros.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Bovespa aprofunda queda e dólar fecha a R$ 1,987 diante de preocupação com a Grécia
SÃO PAULO - O forte clima de aversão ao risco que tomou o
mercado financeiro nesta segunda-feira, 14, fez o dólar atingir R$ 2,001, na
máxima do dia, às 14h36. Essa alta perdeu força e a moeda norte-americana
encerrou o pregão em alta 1,74%, cotada a R$1,986.
O aumento da cotação foi consequência da busca por
proteção por parte dos investidores, que começaram a semana preocupados com o
impasse político na Grécia.
Analistas explicam o agravamento da crise do euro reforça
a perspectiva de redução do fluxo de recursos para o País, o que estimula a
compra do dólar. Neste final de semana fracassaram as tentativas de formação de
uma coalizão para governar a Grécia, o que levou o Banco Central Europeu a falar,
abertamente, sobre a possibilidade de saída do país da zona do euro.
A abrupta valorização, no entanto, não incomoda o governo
brasileiro. O ministro da Fazenda, Guido Mantega disse há pouco que 'o dólar
alto beneficia a indústria, não preocupa e que o governo não vai estabelecer
parâmetro para o câmbio'. Nesse ambiente, o Banco Central se mantém ausente das
mesas de câmbio desde 30 de abril.
Já a Bovespa registrava queda de 2,94%, aos 57.696 pontos
às 16h37. A queda da produção industrial na zona do euro em março, que confirma
a previsão de que o bloco deve entrar em recessão, também colaborou para que os
investidores vendessem ações e buscassem aplicações mais seguras.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Cultura
Cultural
Cultura (do latim colere, que significa cultivar)
é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica
formulada por Edward B. Tylor,
segundo a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as
crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e
aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.[1] Em Roma, na língua latina,
seu antepassado etimológico tinha o sentido de “agricultura”
(significado que a palavra mantém ainda hoje em determinados contextos), como
empregado por Varrão,
por exemplo.[2]Cultura
é também associada, comumente, a altas formas de manifestação artística e/ou
técnica da humanidade, como a música erudita europeia (o termo alemão “Kultur”
– cultura – se aproxima mais desta definição).[3] Definições de cultura foram realizadas
por Ralph Linton, Leslie White, Clifford Geertz, Franz Boas,
Malinowski e outros cientistas sociais. Em um estudo aprofundado, Alfred
Kroeber e Clyde Kluckhohn encontraram pelo menos 167 definições diferentes para
o termo cultura.[4]
Por ter sido fortemente associada ao conceito de civilização no século XVIII, a cultura muitas
vezes se confunde com noções de: desenvolvimento, educação, bons costumes,
etiqueta e comportamentos de elite. Essa confusão entre cultura e civilização
foi comum, sobretudo, na França e na Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, onde
cultura se referia a um ideal de elite.[3] Ela possibilitou o surgimento da dicotomia (e, eventualmente, hierarquização) entre “cultura erudita” e
“cultura popular”, melhor representada nos textos de Matthew Arnold, ainda
fortemente presente no imaginário das sociedades ocidentais.[5]
Índice
|
Principais conceitos
|
Diversos sentidos da palavra variam consoante a
aplicação em determinado ramo do conhecimento humano.
§
Agricultura –
acepção original do termo cultura, que se refere ao cultivo da terra para
produção de espécies vegetais úteis ao consumo do homem.[2]
§
Ciências sociais - Do ponto de vista das ciências sociais (isto é, da sociologia e da
antropologia), sobretudo conforme a formulação de Tylor, a cultura é um
conjunto de ideias, comportamentos,símbolos e práticas sociais artificiais (isto
é, não naturais ou biológicos) aprendidos de geração em geração por meio da
vida em sociedade.[6] Essa definição geral pode sofrer
mudanças de acordo com a perspectiva teórica do sociólogo ou antropólogo em
questão. De acordo com Ralph Linton, “como termo geral, cultura
significa a herança social e total da Humanidade; como termo específico, uma
cultura singifica determinada variante da herança social. Assim, cultura, como
um todo, compõe-se de grande número de culturas, cada uma das quais é
característica de um certo grupo de indivíduos” [7] Enquanto a definição de Tylor é muito
genérica, podendo causar confusão quando se propõe uma reflexão mais
aprofundada do que é cultura, outras definições são mais restritivas. Os
autores debatem se o termo se refere mais corretamente a ideias (Boas,
Malinowski, Linton), comportamentos (Kroeber) ou simbolização de comportamento,
incluindo a cultura material (L. White).[8] Vale lembrar que, em algumas
concepções de cultura, o comportamento é apenas biológico, sendo a cultura a
forma como esse conjunto de fatores biológicos se apresentam nas sociedades
humanas. Em outras concepções (como onde cultura é entendida como conjunto de
ideias), cultura exclui os registros materiais dos homens como tais da
classificação (ex. um sofá ou uma mesa não seriam “cultura”) – posição
fortemente criticada por White.
§
Filosofia - cultura é o conjunto de
manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural.
Por seu turno, embiologia uma
cultura é normalmente uma criação especial de organismos (em geral
microscópicos) para fins determinados (por exemplo: estudo de modos de vida
bacterianos, estudos microecológicos, etc.). No dia-a-dia das sociedades civilizadas (especialmente a sociedade ocidental)
e no vulgo costuma ser associada à aquisição de conhecimentos e práticas de
vida reconhecidas como melhores, superiores, ou seja, erudição;
este sentido normalmente se associa ao que é também descrito como "alta cultura",
e é empregado apenas no singular (não existem culturas,
apenas uma cultura ideal, à qual os homens
indistintamente devem se enquadrar). Dentro do contexto da filosofia, a cultura
é um conjunto de respostas para melhor satisfazer as necessidades e os desejos
humanos. Cultura éinformação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e
práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros. A
cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram
resolvendo os seus problemas ao longo da história. Cultura é criação. O homem
não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a
renovam. A cultura é um fator de humanização. O homem só se torna homem porque
vive no seio de um grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos
compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida
dos seres humanos.
§
Antropologia -
esta ciência entende a cultura como o totalidade de padrões aprendidos e
desenvolvidos pelo ser humano. Segundo a definição pioneira de Edward Burnett Tylor, sob a etnologia (ciência relativa especificamente do
estudo da cultura) a cultura seria "o complexo que inclui conhecimento,
crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos
pelo homem como membro da sociedade". Portanto corresponde, neste último
sentido, às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições
transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição
comum, se apresentam como a identidade desse povo.
O uso de abstração é uma característica do que é cultura:
os elementos culturais só existem na mente das pessoas, em seus símbolos tais
como padrões artísticos e mitos. Entretanto fala-se também em cultura material (por analogia a cultura simbólica)
quando do estudo de produtos culturais concretos (obras de arte, escritos,
ferramentas, etc.). Essa forma de cultura (material) é preservada no tempo com
mais facilidade, uma vez que a cultura simbólica é extremamente frágil.
A principal característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo: a capacidade de responder ao meio de acordo
com mudança de hábitos, mais rápida do que uma possível evolução biológica. O homem não precisou, por
exemplo, desenvolver longa pelagem e grossas camadas de gordura sob a pele para
viver em ambientes mais frios – ele simplesmente adaptou-se com o uso de roupas, do fogo e dehabitações.
A evolução cultural é mais rápida do que a biológica. No entanto, ao rejeitar a
evolução biológica, o homem torna-se dependente da cultura, pois esta age em
substituição a elementos que constituiriam o ser humano; a falta de um destes
elementos (por exemplo, a supressão de um aspecto da cultura) causaria o mesmo
efeito de uma amputação ou defeito físico, talvez ainda pior.
Além disso a cultura é também um mecanismo cumulativo. As modificações
trazidas por uma geração passam à geração seguinte, de modo que a cultura
transforma-se perdendo e incorporando aspectos mais adequados à sobrevivência,
reduzindo o esforço das novas gerações.
Um exemplo de vantagem obtida através da cultura é o
desenvolvimento do cultivo do solo, a agricultura.
Com ela o homem pôde ter maior controle sobre o fornecimento de alimentos,
minimizando os efeitos de escassez de caça ou coleta. Também pôde abandonar o nomadismo;
daí a fixação em aldeamentos, cidades e estados.
A agricultura também permitiu o crescimento populacional de
maneira acentuada, que gerou novo problema: produzir alimento para uma
população maior. Desenvolvimentos técnicos – facilitados pelo maior número de mentes pensantes – permitem que essa dificuldade seja
superada, mas por sua vez induzem a um novo aumento da população; o aumento
populacional é assim causa e consequência do avanço cultural .
Mudança Cultural
A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a
cultura sofre mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades
distintas nas diferentes sociedades.
Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a invenção ou introdução de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras
culturas. Há também a descoberta,
que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido
pela própria sociedade e que ela decide adotar.
A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que
os aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de
somente um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros. Modificações na
maneira de produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o
governo ou na aplicação de leis. A resistência à mudança representa uma
vantagem, no sentido de que somente modificações realmente proveitosas, e que
sejam por isso inevitáveis, serão adotadas evitando o esforço da sociedade em
adotar, e depois rejeitar um novo conceito.
O 'ambiente'
exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, embora não único: os
homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingências ambientais
quanto por transformações da consciência social.
Cultura em animais
De acordo com a
definição de cultura de Tylor, o Chimpanzé é um primata que possui cultura.
É possível, na opinião de alguns cientistas, identificar uma
"espécie de cultura" em alguns animais superiores, especialmente
mamíferos (e dentro destes, especialmente primatas). De acordo com Andrew
Whiten, Kathy Schick e Nichobs Tolh, os chimpanzés possuem um rico repertório
de ferramentas (clavas, perfuradores, etc.).[9] A técnica de produção de ferramentas,
além de sua forma de uso, é ensinada de geração em geração entre os chimpanzés.
Algo semelhante ocorre com os primatas Bonobos.[10] A existência da produção de cultura
material e transmissão desta cultura socialmente é, dentro de algumas
concepções de cultura, suficiente para afirmar que primatas possuem cultura. No
entanto, percebem-se diferenças na forma como a cultura existe entre os
primatas. É consenso entre os antropólogos que caracterizar culturas entre
“superiores” e “inferiores” é uma impropriedade científica, já que não existem
critérios objetivos para realizar esta diferenciação. Portanto, a diferença
entre a cultura humana e a cultura dos primatas deve ser entendida em outros
termos. A grande diferença, do ponto de vista antropológico, entre essas duas
manifestações culturais, é que entre os primatas não ocorre o chamado efeito
catraca, isto é, os primatas não somam inovações tecnológicas para produzir
produtos tecnologicamente mais complexos. O processo de difusão da cultura
entre primatas ainda está sendo estudado.[11] Além da produção de ferramentas, os
chimpanzés apresentam comportamentos diferentes conforme as sociedades
estudadas. O famoso “grooming”, por exemplo, é diferente de sociedade para
sociedade. É comprovado, também, que diferentes sociedades de chimpanzés
apresentam formas de vocalização únicas às suas populações.[12]
sábado, 28 de abril de 2012
Globalização
Globalização
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A globalização é um dos processos de aprofundamento
da integração econômica, social, cultural, política, que teria sido impulsionado pelo barateamento dos
meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do século XX e
início do século XXI. É um fenômeno gerado pela necessidade da dinâmica
do capitalismo de formar uma aldeia global que
permita maiores mercados para os países centrais (ditos
desenvolvidos) cujos mercados internos já estão saturados. O processo de
Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas,
ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos econômicos,
sociais, culturais e políticos. Com isso, gerando a fase da expansão
capitalista, onde é possível realizar transações financeiras, expandir seu
negócio até então restrito ao seu mercado de atuação para mercados distantes e
emergentes, sem necessariamente um investimento alto de capital financeiro,
pois a comunicação no mundo globalizado permite tal expansão, porém, obtêm-se
como consequência o aumento acirrado da concorrência.
Índice
·
|
História
A globalização é um fenômeno capitalista e
complexo que começou na era dos descobrimentos e que se desenvolveu a partir da Revolução Industrial. Mas o seu conteúdo
passou despercebido por muito tempo, e hoje muitos economistas analisam a
globalização como resultado do pós Segunda Guerra Mundial, ou como resultado da Revolução
Tecnológica.
Sua origem pode ser traçada do período
mercantilista iniciado aproximadamente no século XV e
durando até o século XVIII, com a queda dos custos de transporte marítimo, e
aumento da complexidade das relações políticas europeias durante o período.
Este período viu grande aumento no fluxo de força de trabalho entre os países e
continentes, particularmente nas novas colônias europeias.
Já em meio à Segunda Guerra Mundial surgiu,
em 1941, um dos primeiros sintomas da globalização das comunicações: o pacote
cultural-ideológico dos Estados Unidos incluía várias edições diárias de O Repórter Esso ,
uma síntese noticiosa de cinco minutos rigidamente cronometrados, a primeira de
caráter global, transmitido em 14 países do continente americano por 59
estações de rádio, constituindo-se na mais ampla rede radiofônica mundial.[1]
É tido como início da globalização moderna o
fim da Segunda Guerra mundial, e a vontade de impedir que uma monstruosidade
como ela ocorresse novamente no futuro, sendo que as nações vitoriosas da
guerra e as devastadas potências do eixo chegaram a conclusão que era de suma
importância para o futuro da humanidade a criação de mecanismos diplomáticos e
comerciais para aproximar cada vez mais as nações uma das outras. Deste
consenso nasceu as Nações Unidas, e começou a surgir o
conceito de bloco econômico pouco após isso com a fundação da Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço -
CECA.
A necessidade de expandir seus mercados levou
as nações a aos poucos começarem a se abrir para produtos de outros países,
marcando o crescimento da ideologia econômica do liberalismo.
Atualmente os grandes beneficiários da
globalização são os grandes países emergentes, especialmente o BRIC,
com grandes economias de exportação, grande mercado interno e cada vez maior
presença mundial.[2] Antes
do BRIC, outros países fizeram uso da globalização e economias voltadas a
exportação para obter rápido crescimento e chegar ao primeiro mundo, como os tigres asiáticos na década de 1980 eJapão na década de 1970.[3]
Enquanto Paul Singer vê a
expansão comercial e marítima europeia como um caminho pelo qual o capitalismo
se desenvolveu assim como a globalização, Maria da
Conceição Tavares aposta
o seu surgimento na acentuação do mercado financeiro, com o surgimento de
novos produtos financeiros.
Impacto
A característica mais notável da globalização é a presença de marcas
mundiais
A globalização afeta todas as áreas da
sociedade, principalmente comunicação, comércio internacional e liberdade de
movimentação, com diferente intensidade dependendo do nível de desenvolvimento
e integração das nações ao redor do planeta.
Comunicação
A globalização das comunicações tem sua face
mais visível na internet,
a rede mundial de computadores, possível graças a acordos e protocolos entre
diferentes entidades privadas da área de telecomunicações e governos no mundo.
Isto permitiu um fluxo de troca de ideias e informações sem critérios na
história da humanidade. Se antes uma pessoa estava limitada a imprensa local,
agora ela mesma pode se tornar parte da imprensa e observar as tendências do
mundo inteiro, tendo apenas como fator de limitação a barreira linguística.
Outra característica da globalização das
comunicações é o aumento da universalização do acesso a meios de comunicação,
graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente celulares e os de
infraestrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e incremento geral
da qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje uma inovação criada no Japão
pode aparecer no mercado português ou brasileiro em poucos dias e virar sucesso
de mercado. Um exemplo da universalização do acesso a informação pode ser o
próprio Brasil, hoje com 42 milhões de telefones instalados,[4] e um
aumento ainda maior de número de telefone celular em relação a década de 1980,
ultrapassando a barreira de 100 milhões de aparelhos em 2002.
Redes de televisão e imprensa multimédia em
geral também sofreram um grande impacto da globalização. Um país com imprensa
livre hoje em dia pode ter acesso, alguma vezes por televisão por assinatura ou
satélite, a emissoras do mundo inteiro, desde NHK do Japão até Cartoon Network
americana.
Pode-se dizer que este incremento no acesso à
comunicação em massa acionado pela globalização tem impactado até mesmo nas
estruturas de poder estabelecidas, com forte conotação a democracia, ajudando pessoas antes alienadas a um pequeno
grupo de radiodifusão de informação a terem acesso a informação de todo o
mundo, mostrando a elas como o mundo é e se comporta[5]
Mas infelizmente este mesmo livre fluxo de
informações é tido como uma ameaça para determinados governos ou entidades
religiosas com poderes na sociedade, que tem gasto enorme quantidade de
recursos para limitar o tipo de informação que seus cidadãos tem acesso.
Na China,
onde a internet tem registrado crescimento espetacular, já contando com 136
milhões de usuários [6] graças
à evolução, iniciada em 1978, de uma economia centralmente planejada para uma
nova economia socialista de
mercado,[7] é
outro exemplo de nação notória por tentar limitar a visualização de certos
conteúdos considerados "sensíveis" pelo governo, como do Protesto na
Praça Tiananmem em 1989, além disso em torno de 923 sites de
noticias ao redor do mundo estão bloqueados, incluindo CNN e BBC,
sites de governos como Taiwantambém
são proibidos o acesso e sites de defesa da independência do Tibete.
O número de pessoas presas na China por "ação subversiva" por ter
publicado conteúdos críticos ao governo é estimado em mais de 40 ao ano. A
própria Wikipédia já sofreu diversos bloqueios por parte do governo chinês.[8]
No Irã, Arábia Saudita e
outros países islâmicos com grande influência da religião nas esferas
governamentais, a internet sofre uma enorme pressão do estado, que tenta
implementar diversas vezes barreiras e dificuldades para o acesso a rede
mundial, como bloqueio de sites de redes de relacionamentos sociais como Orkut e MySpace,
bloqueio de sites de noticias como CNN e BBC. Acesso a conteúdo erótico também
é proibido.
Qualidade de vida
Londres, a cidade mais globalizada do planeta.
O acesso instantâneo de tecnologias,
principalmente novos medicamentos, novos equipamentos cirúrgicos e técnicas,
aumento na produção de alimentos e barateamento no custo dos mesmos, tem
causado nas últimas décadas um aumento generalizado dalongevidade dos países emergentes e desenvolvidos. De 1981 a 2001, o
número de pessoas vivendo com menos de US$1 por dia caiu de 1,5 bilhão de
pessoas para 1,1 bilhão, sendo a maior queda da pobreza registrada exatamente
nos países mais liberais e abertos a globalização.[9]
Na China,
após a flexibilização de sua economia comunista centralmente planejada para uma
nova economia socialista de
mercado,[7] e uma
relativa abertura de alguns de seus mercados, a porcentagem de pessoas vivendo
com menos de US$2 caiu 50,1%, contra um aumento de 2,2% na África sub-saariana. Na América Latina, houve redução de 22% das pessoas vivendo em
pobreza extrema de 1981 até 2002.[10]
Embora alguns estudos sugiram que atualmente
a distribuição de renda ou está estável ou está melhorando, sendo que as nações
com maior melhora são as que possuem alta liberdade econômica pelo Índice de
Liberdade Econômica,[11] outros
estudos mais recentes daONU indicam que "a 'globalização' e
'liberalização', como motores do crescimento econômico e o desenvolvimento dos
países, não reduziram as desigualdades e a pobreza nas últimas décadas".[12]
Para o prêmio nobel em
economia Stiglitz,
a globalização, que poderia ser uma força propulsora de desenvolvimento e da
redução das desigualdades internacionais, está sendo corrompida por um
comportamento hipócrita que não contribui para a construção de uma ordem
econômica mais justa e para um mundo com menos conflitos. Esta é, em síntese, a
tese defendida em seu livro A
globalização e seus malefícios: a promessa não-cumprida de benefícios globais.[13] Críticos
argumentam que a globalização fracassou em alguns países, exatamente por
motivos opostos aos defendidos por Stiglitz:
Porque foi refreada por uma influência indesejada dos governos nas taxas de
juros e na reforma tributária [1].
Efeitos na indústria e serviços
Os efeitos no mercado de trabalho da
globalização são evidentes, com a criação da modalidade de outsourcing de
empregos para países com mão-de-obra mais baratas para execução de serviços que
não é necessário alta qualificação, com a produção distribuída entre vários
países, seja para criação de um único produto, onde cada empresa cria uma
parte, seja para criação do mesmo produto em vários países para redução de
custos e ganhar vantagem competitivas no acesso de mercados regionais.
O ponto mais evidente é o que o colunista
David Brooks definiu como "Era Cognitiva", onde a capacidade de uma
pessoa em processar informações ficou mais importante que sua capacidade de
trabalhar como operário em uma empresa graças a automação, também conhecida
como Era da Informação, uma transição da
exausta era industrial para a era pós-industrial.[14]
Nicholas A. Ashford, acadêmico do MIT,
conclui que a globalização aumenta o ritmo das mudanças disruptivas nos meios
de produção, tendendo a um aumento de tecnologias limpas e sustentáveis,
apesar que isto irá requerer uma mudança de atitude por parte dos governos se
este quiser continuar relevante mundialmente, com aumento da qualidade da educação,
agir como evangelista do uso de novas tecnologias e investir em pesquisa e
desenvolvimento de ciências revolucionárias ou novas como nanotecnologia ou fusão nuclear. O acadêmico, nota porém, que a globalização por
si só não traz estes benefícios sem um governo pró-ativo nestes questões,
exemplificando o cada vez mais globalizado mercados EUA, com aumento das
disparidades de salários cada vez maior, e os Países Baixos, integrante daUE, que se foca no comércio dentro da própria UE em vez de
mundialmente, e as disparidades estão em redução.[15]
Teorias da Globalização
A globalização, por ser um fenômeno
espontâneo decorrente da evolução do mercado capitalista não direcionado por
uma única entidade ou pessoa, possui várias linhas teóricas que tentam explicar
sua origem e seu impacto no mundo atual.
A rigor, as sociedades do mundo estão em processo de globalização desde o início da História, acelerado pela época dos Descobrimentos. Mas o processo histórico a que se denomina Globalização é bem
mais recente, datando (dependendo da conceituação e da interpretação) do
colapso do bloco socialista e o consequente fim da Guerra Fria (entre 1989 e 1991),
do refluxo capitalista com a estagnação econômica da URSS (a partir de 1975)
ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra Mundial.
No geral a globalização é vista por alguns cientistas
políticos como o movimento sob o qual se constrói o processo de ampliação da
hegemonia econômica, política e cultural ocidental sobre
as demais nações. Ou ainda que a globalização é a reinvenção do processo
expansionista americano no período pós guerra-fria (esta reinvenção tardaria
quase 10 anos para ganhar forma) com a imposição (forçosa ou não) dos modelos
políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e
econômico (abertura de mercados e livre competição).
Vale ressaltar que este projeto não é uma
criação exclusiva do estado norte-americano e que tampouco atende
exclusivamente aos interesses deste, mas também é um projeto das empresas, em
especial das grandes empresas transnacionais, e governos do mundo inteiro.
Nesta ponta surge a inter-relação entre a Globalização e o Consenso de Washington.
Antonio Negri
O pensador italiano Antonio Negri defende,
em seu livro "Império",
que a nova realidade sócio-política do mundo é definida por uma forma de
organização diferente da hierarquia vertical ou das estruturas de poder
"arborizadas" (ou seja, partindo de um tronco único para diversas
ramificações ou galhos cada vez menores). Para Negri, esta nova dominação (que
ele batiza de "Império") é constituída por redesassimétricas,
e as relações de poder se dão mais por via cultural e econômica do que uso
coercitivo de força. Negri entende que entidades organizadas como redes (tais
como corporações, ONGs e até grupos terroristas) têm mais poder e mobilidade (portanto, mais chances
de sobrevivência no novo ambiente) do que instituições paradigmáticas da
modernidade (como o Estado, partidos e empresas tradicionais).
Mário Murteira
O economista português Mário Murteira, autor de uma das abordagens científicas mais
antigas e consistentes sobre o fenômeno da Globalização[16], defende que, no século XXI, se verifica uma
'desocidentalização' da Globalização, visto que se constata que os países do
Oriente, como a China, são os principais atores atuais do processo de
Globalização e a hegemonia do Ocidente, no sistema econômico mundial, está a
aproximar-se do seu ocaso, pelo que outras dinâmicas regionais, sobretudo na
Ásia do Pacífico, ganharam mais força a nível global[17]. Para Mário Murteira, a Globalização está
relacionada com um novo tipo de capitalismo em que o «mercado de conhecimento» [18] é o
elemento mais influente no processo de acumulação de capital e de crescimento
econômico no capitalismo atual, ou seja, é o núcleo duro que determina a
evolução de todo o sistema econômico mundial do presente século XXI[19].
Stuart Hall
Em A Identidade cultural na Pós-Modernidade,
Stuart Hall (2003)[2] busca
avaliar o processo de deslocamento das estruturas tradicionais ocorrido nas
sociedades modernas, assim como o descentramento dos quadros de referências que
ligavam o indivíduo ao seu mundo social e cultural. Tais mudanças teriam sido
ocasionadas, na contemporaneidade, principalmente, pelo processo de
globalização. A globalização alteraria as noções de tempo e de espaço,
desalojaria o sistema social e as estruturas por muito tempo consideradas como
fixas e possibilitaria o surgimento de uma pluralização dos centros de
exercício do poder. Quanto ao descentramento dos sistemas de referências, Hall
considera seus efeitos nas identidades modernas, enfatizando as identidades
nacionais, observando o que gerou, quais as formas e quais as consequências da
crise dos paradigmas do final do século XX.
Benjamin Barber
Em seu artigo "Jihad vs. McWorld", Benjamin Barber
expõe sua visão dualista para a organização geopolítica global num futuro
próximo. Os dois caminhos que ele enxerga — não apenas como possíveis, mas
também prováveis — são o do McMundo e o da Jihad.
Mesmo que se utilizando de um termo específico da religião
islâmica (cujo
significado, segundo ele, é genericamente "luta", geralmente a
"luta da alma contra o mal", e por extensão "guerra
santa"), Barber não vê como exclusivamente muçulmana a tendência
antiglobalização e pró-tribalista, ou pró-comunitária. Ele classifica nesta
corrente inúmeros movimentos de luta contra a ação globalizante, inclusive
ocidentais, como os zapatistas e outras guerrilhas latino-americanas.
Está claro que a democracia, como regime de governo particular do modo de
produção da sociedade industrial, não se aplica mais à realidade contemporânea.
Nem se aplicará tampouco a quaisquer dos futuros econômicos pretendidos pelas
duas tendências apontadas por Barber: ou o pré-industrialismo tribalista ou o pós-industrialismo globalizado.
Os modos de produção de ambos exigem outros tipos de organização política cujas
demandas o sistema democrático não é capaz de atender.
Daniele Conversi
Para Conversi, os acadêmicos ainda não
chegaram a um acordo sobre o real significado do termo globalização, para o
qual ainda não há uma definição coerente e universal: alguns autores se
concentram nos aspectos econômicos, outros nos efeitos políticos e legislativos,
e assim por diante. Para Conversi, a 'globalização cultural' é, possivelmente,
sua forma mais visível e efetiva enquanto "ela
caminha na sua trajetória letal de destruição global, removendo todas as
seguranças e barreiras tradicionais em seu caminho. É também a forma de globalização que
pode ser mais facilmente identificada com uma dominação pelos Estados Unidos. Conversi vê uma correlação entre a
globalização cultural e seu conceito gêmeo de 'segurança cultural', tal como
desenvolvido por Jean Tardiff, e outros [20]
Conversi propõe a análise da 'globalização
cultural' em três linhas principais: a primeira se concentra nos efeitos
políticos da alterações sócio-culturais, que se identificam com a 'insegurança
social'. A segunda, paradoxalmente chamada de 'falha de comunicação',[20] tem
como seu argumento principal o fato de que a 'ordem mundial' atual tem uma
estrutura vertical, na realidade piramidal, onde os diversos grupos sociais têm
cada vez menos oportunidades de se intercomunicar, ou interagir de maneira
relevante e consoante suas tradições; de acordo com essa teoria não estaria
havendo uma 'globalização' propriamente dita, mas, ao contrário, estariam sendo
construídas ligações-ponte, e estaria ocorrendo uma erosão do entendimento, sob
a fachada de uma homogenização global causando o colapso da comunicação
interétnica e internacional, em consequência direta de uma 'americanização'
superficial.[20] A
terceira linha de análise se concentra numa forma mais real e concreta de
globalização: a importância crescente da diáspora na política internacional e
no nascimento do que se chamou de 'nacionalismo de e-mail" - uma expressão
criada por Benedict Anderson (1992).[21] "A
expansão da Internet propiciou a criação de redes
etnopolíticas que só podem ser limitadas pelas fronteiras nacionais às custas
de violações de direitos humanos".[20]
Samuel P. Huntington
O cientista político Samuel P. Huntington, ideólogo do
neoconservadorismo norte-americano, enxerga a globalização como processo de
expansão da cultura ocidental e do sistema capitalista sobre os demais modos de
vida e de produção do mundo, que conduziria inevitavelmente a um "choque
de civilizações".
Antiglobalização
Ver artigo principal: Antiglobalização
Apesar das contradições há um certo
consenso a respeito das características da globalização que envolve o aumento
dos riscos globais de transações financeiras, perda de parte da soberania dos
Estados com a ênfase das organizações supra-governamentais, aumento do volume e
velocidade como os recursos vêm sendo transacionados pelo mundo, através do
desenvolvimento tecnológico etc.
Além das discussões que envolvem a
definição do conceito, há controvérsias em relação aos resultados da
globalização.[22] Tanto
podemos encontrar pessoas que se posicionam a favor como contra (movimentos antiglobalização).
A globalização é um fenômeno moderno
que surgiu com a evolução dos novos meios de comunicação cada vez mais rápidos e mais eficazes.
Há, no entanto, aspectos tanto positivos quanto negativos na globalização. No
que concerne aos aspectos negativos há a referir a facilidade com que tudo
circula não havendo grande controle como se pode facilmente depreender pelos atentados de 11
de Setembro nosEstados Unidos
da América. Esta globalização serve para os mais fracos se
equipararem aos mais fortes pois tudo se consegue adquirir através desta grande
autoestrada informacional do mundo que é a Internet.
Outro dos aspectos negativos é a grande instabilidade econômica que se cria no
mundo, pois qualquer fenômeno que acontece num determinado país atinge
rapidamente outros países criando-se contágios que tal como as epidemias se
alastram a todos os pontos do globo como se de um único ponto se tratasse. Os
países cada vez estão mais dependentes uns dos outros e já não há possibilidade
de se isolarem ou remeterem-se no seu ninho pois ninguém é imune a estes
contágios positivos ou negativos. Como aspectos positivos, temos sem sombra de
dúvida, a facilidade com que as inovações se propagam entre países e continentes,
o acesso fácil e rápido à informação e aos bens. Com a ressalva de que para as
classes menos favorecidas economicamente, especialmente nos países em
desenvolvimento,[23] esse
acesso não é "fácil" (porque seu custo é elevado) e não será rápido.
Assinar:
Postagens (Atom)