A vida de motorista
A vida de camioneiro é muito trabalhosa. A habilitação é
só um pré-requisito e o que vale mesmo nas estradas é a experiência. Mas a
rotina das estradas normalmente é viciante, e os motoristas de caminhão não
pensam em parar. Mais um insentivo são as remunerações que podem ser muito
boas, principalmente para quem é dono do próprio veículo. Veja como tirar licença para ser motorista de
caminhão.
O Brasil é
um dos países com maior número de grandes rodovias entre cidades e Estados.
Neste sentido, se o país vive um grande crescimento econômico é porque
certamente grande parte deste cenário se deve aos caminhoneiros que devem estar
preparados para dirigir com segurança para não afetar a sua ou a integridade
física dos outros motoristas. Veja como tirar licença para ser motorista de
caminhão.
É necessário possuir CNH (Carteira Nacional de Habilitação) nível D. Neste sentido,
menos de 18 anos não são permitidos. Vale ressaltar este ponto uma vez que em
outras grandes nações adolescentes estão aptos para participar da avaliação e
retirar a licença para dirigir caminhão.
Outro ponto indispensável é saber ler e escrever. De fato,
analfabetos não conseguem identificar as placas de trânsito.
A primeira coisa é procurar algum órgão ou clínica ligada
ao DETRAN para começar com o exame médico e
psicotécnico. Neste sentido, serão avaliados os perfis
psicológicos e físicos.
Logo após esta primeira etapa os solicitantes devem se
matricular no CFC (Centro de formação de Condutores) utilizando a planilha dos resultados
positivos e outros documentos pessoais. São dadas 30h de aulas teóricas com
matéria relacionada com as principais regras da legislação de trânsito.
Com o número de horas completadas é necessário realizar
prova teórica de múltipla escolha doDETRAN . Os aprovados podem começar com as aulas
práticas, pelo menos 15h, contudo algumas pessoas preferem fazer mais horas
quando não se sentem preparadas.
Por fim, basta ser aprovado no teste prático e retirar sua
CNH nível D.
Trabalho
sob pressão
O carreteiro amanhece e anoitece sob
pressão, numa rotina desgastante de compromissos profissionais a serem
cumpridos, sem falar nos inevitáveis problemas domésticos que precisam ser
resolvidos resultando em situações que são potencializadas e acabam se
refletindo diretamente no seu bem-estar físico e mental. Essa pressão, geradora
de estresse – aliada aos maus hábitos alimentares e falta de exercícios físicos
decorrentes da atividade – é prejudicial à saúde, como todos sabem. Porém, as
mudanças climáticas que acontecem durante as viagens, de uma região para outra,
ou mesmo das estações do ano, também se constituem num risco para a saúde do
carreteiro.
De acordo com o médico
Allan Pierre Foltz, 36 anos e 12 de medicina de família, é no Verão que pessoas
que precisam enfrentar o seu dia a dia em condições estressantes ficam sujeitas
a sofrerem distúrbios com mais facilidade. “Um deles é hipohidratação, por isso
é importante que motoristas e viajantes em geral prestem muita atenção ao
consumo adequado de líquidos, não só água, mas também de sucos e bebidas ricas
em sais minerais que auxiliam na fixação da água no organismo”, aconselha.
Lembra que o uso constante de ventiladores e ar-condicionado refrescam, mas
também acelera o processo de perda de líquido pelo corpo, pois ajuda na
evaporação do suor, e essa perda muitas vezes não é notada pela pessoa. “Água,
sim, porém somente filtrada ou mineral, ao contrário o risco de contaminação é
grande”, adverte o médico.
Destaca, também, a preocupação com
alimentos contaminados. “Bares e restaurantes nem sempre têm condições
adequadas de higiene, então não se pode descuidar, com atenção especial para
alimentos manipulados, fritos e até mesmo assados. O ideal é preferir alimentos
frescos ou refrigerados”. Segundo ele, mesmo tomando todos os cuidados, se o
viajante contrair alguma patologia intestinal, onde o principal sintoma são as
fezes líquidas – deve ser feita a hidratação com sais de reposição oral e, se
necessário, procurar auxílio médico. “A grande maioria das síndromes diarréicas
são de fácil tratamento, mas se houver sangramento ou febre, um médico deve ser
consultado com urgência”, explica. E lembra que, como nesta época do ano a
incidência solar é maior, deve ser redobrado os cuidados de proteção da pele,
com a utilização de protetor solar em todas as partes do corpo expostas a luz,
mesmo que não estejam diretamente ao sol, como mãos, rosto, orelhas e
principalmente o pescoço. Lembra que a ação do protetor é de aproximadamente
quatro horas e, se houver muita sudorese, esse período encurta para duas horas.
Acrescenta que o Fator de Proteção Solar (FPS) deve ser de no mínimo 30,
dependendo da cor da pele, e para os mais brancos o ideal é o FPS 60.
Mesmo sem ainda ter consultado um
médico, o carreteiro Valdir Ruiz Diniz disse que não estava bem de saúde.
Natural de Maringá/PR, 30 anos de idade, seis de volante, e dirigindo um
caminhão tanque 2008 no transporte internacional, ele confessou na ocasião que
só esperava chegar à sua casa para fazer um check-up médico. Contou que sentia
tonturas frequentes, atribuindo o problema à pressão. Já foi obrigado a parar o
caminhão com medo de sofrer um acidente. Lembra que apesar de ser novo, sofre
muito com qualquer mudança de temperatura. No Inverno por causa da bronquite,
precisa fazer inalações. E no Verão sofre com diarréias constantes, que combate
com água e limão ou água e maizena. Afirma que cuida da alimentação, come
bastante frutas e só toma água mineral. Concorda que tem andado muito
estressado com o trabalho e com problemas familiares, pois se separou da mulher
há pouco e tem filhos. Além disso, “as longas esperas nas aduanas e a falta de
respeito desse povo com o motorista de caminhão vão deixando a gente nervosa”,
afirma.
Adriano Lopes Pereira, 38 anos e
oito de profissão, natural de Itaqui/RS, cuida da saúde, evitando se expor aos
extremos de temperaturas no Inverno ou Verão. Previne-se com vacinas
antigripais, tem os lugares certos para a alimentação, só toma água mineral.
Diz que pelo menos uma vez ao mês verifica a pressão arterial e faz um exame
médico completo a cada ano. O último check-up foi há seis meses e há quatro
está usando óculos porque sentia muitas dores de cabeça. O oftalmologista
receitou um tipo de lente especial que resolveu o problema. Agora está tudo
bem, afirma. Garante que é preciso estar atento e não facilitar. “Quem está no
trecho não pode adoecer”, afirma.
Sandro Odinei dos Santos Rodrigues,
natural de Uruguaiana/RS, tem 27 anos e três de profissão. Trabalha com um
caminhão 86 trucado e viaja entre São Paulo e Argentina. Segundo ele, no
Inverno se resfria com facilidade. Se cura com remédios comuns e de vez em
quando um chá caseiro. No Verão fica sempre doente do estômago e com diarréias
frequentes por causa da alimentação e da água, principalmente na Argentina, diz
ele. Nem sempre dá para escolher um lugar adequado para as refeições e muitas
vezes come um sanduiche ou pastel e volta para a estrada. Sempre que possível
leva frutas e água mineral na cabina, mas “nem sempre é possível”, brinca. Já
está acostumado com esses inconvenientes, os quais sabe as causas, mas vai
levando enquanto der e se curando com remédios caseiros e ” sempre tomando
muita água para não ficar desidratado”, conforme afirma.
Glauber Slaviero é natural de
Tapejara/RS, tem 35 anos, 15 de volante e trabalha com um caminhão 2003
viajando entre os países do Mercosul e os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais e Bahia. Ele afirma que sofre mais nos meses de Verão – a não ser
nos rigores do Inverno na travessia dos Andes – quando padece de dores de
barriga constantes causadas pela água salobra ou alimentação estragada. Prefere
cozinhar, mas nem sempre dá tempo. Então é preciso se contentar com um pastel e
uma xícara de café com leite. “Às vezes não dá para escolher um lugar adequado
para as refeições e é preciso se contentar com o que aparece”, afirma. Por
isso, costuma levar frutas e água mineral na cabina para as emergências. Também
se ressente de resfriados frequentes no Verão, quase sempre pelo fato de nos
dias de muito calor dirigir sem camisa e com o vidro aberto, fazendo com que o
corpo esfrie muito rapidamente com a evaporação do suor, acabando num
resfriado. Lembra que anualmente passa por exame médico completo por exigência
da empresa e sempre que vê serviços de atendimento nas praças de pedágios,
verifica a pressão e faz todos os exames disponíveis. Fuma eventualmente e não
bebe. “Afinal, não dá pra brincar com a saúde, garante.
O carreteiro Alexandre Fonseca de
Oliveira, 33 anos e oito de direção, natural de Londrina/PR, trabalha no
transporte internacional dirigindo um caminhão 2008. Tem boa saúde e
dificilmente fica resfriado. Prefere o clima quente, mas já acostumou com o frio
de tanto atravessar as Cordilheiras dos Andes. Diz cuidar da alimentação
consumindo apenas alimentos saudáveis, frutas, verduras e legumes. “Tomo
bastante água e sempre mineral, porque a de torneira, nos postos de
combustíveis, é terrível”, comenta. Na Argentina, a situação é pior, segundo
diz. Entre os cuidados que Alexandre toma para preservar a saúde, também está
incluída a perfeita regulagem do ar quente ou do frio da cabina, conforme as
circunstâncias, mas sempre mantendo um equilíbrio com o ar externo ou mantendo
o ambiente úmido. Fez um exame médico completo há seis meses e está tudo em
ordem. E, como não fuma e não bebe, acredita que se continuar assim, não terá
com o que se preocupar por algum tempo. Mas, como nada é perfeito, lembra que
há alguns meses comeu num restaurante no Nordeste e ficou mal da barriga.
“Alguma coisa estragada”, raciocina.
Igualmente com boa saúde e comendo
de tudo, sem preocupações com o Inverno ou Verão, o carreteiro Neivo Antônio
Barreta, 43 anos e 18 de profissão, natural de Sananduva/RS, apenas se queixa
de dores nas costas. Ele tem hérnia de disco há anos e a solução seria
cirúrgica, alternativa descartada por enquanto. Prefere fazer suas próprias
refeições, levando alimentos do seu gosto na “caixa cozinha”, mas sem incluir
frutas, verduras ou legumes, “que não é muito chegado”. Em compensação toma
muita água mineral e muito chimarrão, três ou quatro vezes ao dia, não correndo
o risco de ficar desidratado, garante sorrindo. Neivo não tem problemas de
saúde, a não ser a dor nas costas, que depois de algumas sessões de massagens
de uma comadre, que é massoterapeuta, quase sumiram. Essas massagens foram
feitas há quase um ano e ele está se sentindo muito bem. E, quanto à
alimentação, garante que come de tudo, sem problemas.
FONTE: Revista O Carreteiro
O perigo da privação do sono para o motorista
Um final de noite, o cansaço, a monotonia de uma estrada ampla e longa. Existem muitas razões para um motorista ficar sonolento ao volante. Independente da causa, as conseqüências podem ser devastadoras. A proporção de acidentes causados pelo cansaço dos condutores varia de um estudo para outro, mas normalmente gira entre 15% e 60%. As pesquisas também mostram que este tipo de acidente é muitas vezes mais grave do que as colisões causadas por outros fatores, já que os tempos de reação são retardados.
"Esta comprovado que dirigir cansado é tão perigoso quanto dirigir com álcool no sangue", diz o pesquisador do sono e professor da Karolinska Institutet e da Universidade de Estocolmo, Torbjörn Akerstedt.
Em seus estudos, o professor Akerstedt coloca pessoas cansadas em um simulador de condução de veículo para estudar como elas reagem ao volante. Muitos dos participantes do teste, após sentirem os primeiros sintomas clássicos de cansaço, como pálpebras pesadas e bocejos, entram no que é conhecido como microssono , situação em que cochilam por alguns segundos, muitas vezes sem perceber.
O corpo humano tem um
ritmo biológico natural que faz com que queira dormir durante a noite. Como
resultado, a qualidade do sono é pior durante o dia.
Um condutor cansado reage mais lentamente e leva mais tempo para detectar perigos que se aproximam, como obras nas estradas e passagens de nível. O cansaço prejudica tanto a sua capacidade de processar informação, como a sua função de memória a curto prazo.
Um condutor cansado reage mais lentamente e leva mais tempo para detectar perigos que se aproximam, como obras nas estradas e passagens de nível. O cansaço prejudica tanto a sua capacidade de processar informação, como a sua função de memória a curto prazo.
veja um vídeo de um motorista
que dormi no volante ...