Globalização
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A globalização é um dos processos de aprofundamento
da integração econômica, social, cultural, política, que teria sido impulsionado pelo barateamento dos
meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do século XX e
início do século XXI. É um fenômeno gerado pela necessidade da dinâmica
do capitalismo de formar uma aldeia global que
permita maiores mercados para os países centrais (ditos
desenvolvidos) cujos mercados internos já estão saturados. O processo de
Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas,
ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos econômicos,
sociais, culturais e políticos. Com isso, gerando a fase da expansão
capitalista, onde é possível realizar transações financeiras, expandir seu
negócio até então restrito ao seu mercado de atuação para mercados distantes e
emergentes, sem necessariamente um investimento alto de capital financeiro,
pois a comunicação no mundo globalizado permite tal expansão, porém, obtêm-se
como consequência o aumento acirrado da concorrência.
Índice
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História
A globalização é um fenômeno capitalista e
complexo que começou na era dos descobrimentos e que se desenvolveu a partir da Revolução Industrial. Mas o seu conteúdo
passou despercebido por muito tempo, e hoje muitos economistas analisam a
globalização como resultado do pós Segunda Guerra Mundial, ou como resultado da Revolução
Tecnológica.
Sua origem pode ser traçada do período
mercantilista iniciado aproximadamente no século XV e
durando até o século XVIII, com a queda dos custos de transporte marítimo, e
aumento da complexidade das relações políticas europeias durante o período.
Este período viu grande aumento no fluxo de força de trabalho entre os países e
continentes, particularmente nas novas colônias europeias.
Já em meio à Segunda Guerra Mundial surgiu,
em 1941, um dos primeiros sintomas da globalização das comunicações: o pacote
cultural-ideológico dos Estados Unidos incluía várias edições diárias de O Repórter Esso ,
uma síntese noticiosa de cinco minutos rigidamente cronometrados, a primeira de
caráter global, transmitido em 14 países do continente americano por 59
estações de rádio, constituindo-se na mais ampla rede radiofônica mundial.[1]
É tido como início da globalização moderna o
fim da Segunda Guerra mundial, e a vontade de impedir que uma monstruosidade
como ela ocorresse novamente no futuro, sendo que as nações vitoriosas da
guerra e as devastadas potências do eixo chegaram a conclusão que era de suma
importância para o futuro da humanidade a criação de mecanismos diplomáticos e
comerciais para aproximar cada vez mais as nações uma das outras. Deste
consenso nasceu as Nações Unidas, e começou a surgir o
conceito de bloco econômico pouco após isso com a fundação da Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço -
CECA.
A necessidade de expandir seus mercados levou
as nações a aos poucos começarem a se abrir para produtos de outros países,
marcando o crescimento da ideologia econômica do liberalismo.
Atualmente os grandes beneficiários da
globalização são os grandes países emergentes, especialmente o BRIC,
com grandes economias de exportação, grande mercado interno e cada vez maior
presença mundial.[2] Antes
do BRIC, outros países fizeram uso da globalização e economias voltadas a
exportação para obter rápido crescimento e chegar ao primeiro mundo, como os tigres asiáticos na década de 1980 eJapão na década de 1970.[3]
Enquanto Paul Singer vê a
expansão comercial e marítima europeia como um caminho pelo qual o capitalismo
se desenvolveu assim como a globalização, Maria da
Conceição Tavares aposta
o seu surgimento na acentuação do mercado financeiro, com o surgimento de
novos produtos financeiros.
Impacto
A característica mais notável da globalização é a presença de marcas
mundiais
A globalização afeta todas as áreas da
sociedade, principalmente comunicação, comércio internacional e liberdade de
movimentação, com diferente intensidade dependendo do nível de desenvolvimento
e integração das nações ao redor do planeta.
Comunicação
A globalização das comunicações tem sua face
mais visível na internet,
a rede mundial de computadores, possível graças a acordos e protocolos entre
diferentes entidades privadas da área de telecomunicações e governos no mundo.
Isto permitiu um fluxo de troca de ideias e informações sem critérios na
história da humanidade. Se antes uma pessoa estava limitada a imprensa local,
agora ela mesma pode se tornar parte da imprensa e observar as tendências do
mundo inteiro, tendo apenas como fator de limitação a barreira linguística.
Outra característica da globalização das
comunicações é o aumento da universalização do acesso a meios de comunicação,
graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente celulares e os de
infraestrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e incremento geral
da qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje uma inovação criada no Japão
pode aparecer no mercado português ou brasileiro em poucos dias e virar sucesso
de mercado. Um exemplo da universalização do acesso a informação pode ser o
próprio Brasil, hoje com 42 milhões de telefones instalados,[4] e um
aumento ainda maior de número de telefone celular em relação a década de 1980,
ultrapassando a barreira de 100 milhões de aparelhos em 2002.
Redes de televisão e imprensa multimédia em
geral também sofreram um grande impacto da globalização. Um país com imprensa
livre hoje em dia pode ter acesso, alguma vezes por televisão por assinatura ou
satélite, a emissoras do mundo inteiro, desde NHK do Japão até Cartoon Network
americana.
Pode-se dizer que este incremento no acesso à
comunicação em massa acionado pela globalização tem impactado até mesmo nas
estruturas de poder estabelecidas, com forte conotação a democracia, ajudando pessoas antes alienadas a um pequeno
grupo de radiodifusão de informação a terem acesso a informação de todo o
mundo, mostrando a elas como o mundo é e se comporta[5]
Mas infelizmente este mesmo livre fluxo de
informações é tido como uma ameaça para determinados governos ou entidades
religiosas com poderes na sociedade, que tem gasto enorme quantidade de
recursos para limitar o tipo de informação que seus cidadãos tem acesso.
Na China,
onde a internet tem registrado crescimento espetacular, já contando com 136
milhões de usuários [6] graças
à evolução, iniciada em 1978, de uma economia centralmente planejada para uma
nova economia socialista de
mercado,[7] é
outro exemplo de nação notória por tentar limitar a visualização de certos
conteúdos considerados "sensíveis" pelo governo, como do Protesto na
Praça Tiananmem em 1989, além disso em torno de 923 sites de
noticias ao redor do mundo estão bloqueados, incluindo CNN e BBC,
sites de governos como Taiwantambém
são proibidos o acesso e sites de defesa da independência do Tibete.
O número de pessoas presas na China por "ação subversiva" por ter
publicado conteúdos críticos ao governo é estimado em mais de 40 ao ano. A
própria Wikipédia já sofreu diversos bloqueios por parte do governo chinês.[8]
No Irã, Arábia Saudita e
outros países islâmicos com grande influência da religião nas esferas
governamentais, a internet sofre uma enorme pressão do estado, que tenta
implementar diversas vezes barreiras e dificuldades para o acesso a rede
mundial, como bloqueio de sites de redes de relacionamentos sociais como Orkut e MySpace,
bloqueio de sites de noticias como CNN e BBC. Acesso a conteúdo erótico também
é proibido.
Qualidade de vida
Londres, a cidade mais globalizada do planeta.
O acesso instantâneo de tecnologias,
principalmente novos medicamentos, novos equipamentos cirúrgicos e técnicas,
aumento na produção de alimentos e barateamento no custo dos mesmos, tem
causado nas últimas décadas um aumento generalizado dalongevidade dos países emergentes e desenvolvidos. De 1981 a 2001, o
número de pessoas vivendo com menos de US$1 por dia caiu de 1,5 bilhão de
pessoas para 1,1 bilhão, sendo a maior queda da pobreza registrada exatamente
nos países mais liberais e abertos a globalização.[9]
Na China,
após a flexibilização de sua economia comunista centralmente planejada para uma
nova economia socialista de
mercado,[7] e uma
relativa abertura de alguns de seus mercados, a porcentagem de pessoas vivendo
com menos de US$2 caiu 50,1%, contra um aumento de 2,2% na África sub-saariana. Na América Latina, houve redução de 22% das pessoas vivendo em
pobreza extrema de 1981 até 2002.[10]
Embora alguns estudos sugiram que atualmente
a distribuição de renda ou está estável ou está melhorando, sendo que as nações
com maior melhora são as que possuem alta liberdade econômica pelo Índice de
Liberdade Econômica,[11] outros
estudos mais recentes daONU indicam que "a 'globalização' e
'liberalização', como motores do crescimento econômico e o desenvolvimento dos
países, não reduziram as desigualdades e a pobreza nas últimas décadas".[12]
Para o prêmio nobel em
economia Stiglitz,
a globalização, que poderia ser uma força propulsora de desenvolvimento e da
redução das desigualdades internacionais, está sendo corrompida por um
comportamento hipócrita que não contribui para a construção de uma ordem
econômica mais justa e para um mundo com menos conflitos. Esta é, em síntese, a
tese defendida em seu livro A
globalização e seus malefícios: a promessa não-cumprida de benefícios globais.[13] Críticos
argumentam que a globalização fracassou em alguns países, exatamente por
motivos opostos aos defendidos por Stiglitz:
Porque foi refreada por uma influência indesejada dos governos nas taxas de
juros e na reforma tributária [1].
Efeitos na indústria e serviços
Os efeitos no mercado de trabalho da
globalização são evidentes, com a criação da modalidade de outsourcing de
empregos para países com mão-de-obra mais baratas para execução de serviços que
não é necessário alta qualificação, com a produção distribuída entre vários
países, seja para criação de um único produto, onde cada empresa cria uma
parte, seja para criação do mesmo produto em vários países para redução de
custos e ganhar vantagem competitivas no acesso de mercados regionais.
O ponto mais evidente é o que o colunista
David Brooks definiu como "Era Cognitiva", onde a capacidade de uma
pessoa em processar informações ficou mais importante que sua capacidade de
trabalhar como operário em uma empresa graças a automação, também conhecida
como Era da Informação, uma transição da
exausta era industrial para a era pós-industrial.[14]
Nicholas A. Ashford, acadêmico do MIT,
conclui que a globalização aumenta o ritmo das mudanças disruptivas nos meios
de produção, tendendo a um aumento de tecnologias limpas e sustentáveis,
apesar que isto irá requerer uma mudança de atitude por parte dos governos se
este quiser continuar relevante mundialmente, com aumento da qualidade da educação,
agir como evangelista do uso de novas tecnologias e investir em pesquisa e
desenvolvimento de ciências revolucionárias ou novas como nanotecnologia ou fusão nuclear. O acadêmico, nota porém, que a globalização por
si só não traz estes benefícios sem um governo pró-ativo nestes questões,
exemplificando o cada vez mais globalizado mercados EUA, com aumento das
disparidades de salários cada vez maior, e os Países Baixos, integrante daUE, que se foca no comércio dentro da própria UE em vez de
mundialmente, e as disparidades estão em redução.[15]
Teorias da Globalização
A globalização, por ser um fenômeno
espontâneo decorrente da evolução do mercado capitalista não direcionado por
uma única entidade ou pessoa, possui várias linhas teóricas que tentam explicar
sua origem e seu impacto no mundo atual.
A rigor, as sociedades do mundo estão em processo de globalização desde o início da História, acelerado pela época dos Descobrimentos. Mas o processo histórico a que se denomina Globalização é bem
mais recente, datando (dependendo da conceituação e da interpretação) do
colapso do bloco socialista e o consequente fim da Guerra Fria (entre 1989 e 1991),
do refluxo capitalista com a estagnação econômica da URSS (a partir de 1975)
ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra Mundial.
No geral a globalização é vista por alguns cientistas
políticos como o movimento sob o qual se constrói o processo de ampliação da
hegemonia econômica, política e cultural ocidental sobre
as demais nações. Ou ainda que a globalização é a reinvenção do processo
expansionista americano no período pós guerra-fria (esta reinvenção tardaria
quase 10 anos para ganhar forma) com a imposição (forçosa ou não) dos modelos
políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e
econômico (abertura de mercados e livre competição).
Vale ressaltar que este projeto não é uma
criação exclusiva do estado norte-americano e que tampouco atende
exclusivamente aos interesses deste, mas também é um projeto das empresas, em
especial das grandes empresas transnacionais, e governos do mundo inteiro.
Nesta ponta surge a inter-relação entre a Globalização e o Consenso de Washington.
Antonio Negri
O pensador italiano Antonio Negri defende,
em seu livro "Império",
que a nova realidade sócio-política do mundo é definida por uma forma de
organização diferente da hierarquia vertical ou das estruturas de poder
"arborizadas" (ou seja, partindo de um tronco único para diversas
ramificações ou galhos cada vez menores). Para Negri, esta nova dominação (que
ele batiza de "Império") é constituída por redesassimétricas,
e as relações de poder se dão mais por via cultural e econômica do que uso
coercitivo de força. Negri entende que entidades organizadas como redes (tais
como corporações, ONGs e até grupos terroristas) têm mais poder e mobilidade (portanto, mais chances
de sobrevivência no novo ambiente) do que instituições paradigmáticas da
modernidade (como o Estado, partidos e empresas tradicionais).
Mário Murteira
O economista português Mário Murteira, autor de uma das abordagens científicas mais
antigas e consistentes sobre o fenômeno da Globalização[16], defende que, no século XXI, se verifica uma
'desocidentalização' da Globalização, visto que se constata que os países do
Oriente, como a China, são os principais atores atuais do processo de
Globalização e a hegemonia do Ocidente, no sistema econômico mundial, está a
aproximar-se do seu ocaso, pelo que outras dinâmicas regionais, sobretudo na
Ásia do Pacífico, ganharam mais força a nível global[17]. Para Mário Murteira, a Globalização está
relacionada com um novo tipo de capitalismo em que o «mercado de conhecimento» [18] é o
elemento mais influente no processo de acumulação de capital e de crescimento
econômico no capitalismo atual, ou seja, é o núcleo duro que determina a
evolução de todo o sistema econômico mundial do presente século XXI[19].
Stuart Hall
Em A Identidade cultural na Pós-Modernidade,
Stuart Hall (2003)[2] busca
avaliar o processo de deslocamento das estruturas tradicionais ocorrido nas
sociedades modernas, assim como o descentramento dos quadros de referências que
ligavam o indivíduo ao seu mundo social e cultural. Tais mudanças teriam sido
ocasionadas, na contemporaneidade, principalmente, pelo processo de
globalização. A globalização alteraria as noções de tempo e de espaço,
desalojaria o sistema social e as estruturas por muito tempo consideradas como
fixas e possibilitaria o surgimento de uma pluralização dos centros de
exercício do poder. Quanto ao descentramento dos sistemas de referências, Hall
considera seus efeitos nas identidades modernas, enfatizando as identidades
nacionais, observando o que gerou, quais as formas e quais as consequências da
crise dos paradigmas do final do século XX.
Benjamin Barber
Em seu artigo "Jihad vs. McWorld", Benjamin Barber
expõe sua visão dualista para a organização geopolítica global num futuro
próximo. Os dois caminhos que ele enxerga — não apenas como possíveis, mas
também prováveis — são o do McMundo e o da Jihad.
Mesmo que se utilizando de um termo específico da religião
islâmica (cujo
significado, segundo ele, é genericamente "luta", geralmente a
"luta da alma contra o mal", e por extensão "guerra
santa"), Barber não vê como exclusivamente muçulmana a tendência
antiglobalização e pró-tribalista, ou pró-comunitária. Ele classifica nesta
corrente inúmeros movimentos de luta contra a ação globalizante, inclusive
ocidentais, como os zapatistas e outras guerrilhas latino-americanas.
Está claro que a democracia, como regime de governo particular do modo de
produção da sociedade industrial, não se aplica mais à realidade contemporânea.
Nem se aplicará tampouco a quaisquer dos futuros econômicos pretendidos pelas
duas tendências apontadas por Barber: ou o pré-industrialismo tribalista ou o pós-industrialismo globalizado.
Os modos de produção de ambos exigem outros tipos de organização política cujas
demandas o sistema democrático não é capaz de atender.
Daniele Conversi
Para Conversi, os acadêmicos ainda não
chegaram a um acordo sobre o real significado do termo globalização, para o
qual ainda não há uma definição coerente e universal: alguns autores se
concentram nos aspectos econômicos, outros nos efeitos políticos e legislativos,
e assim por diante. Para Conversi, a 'globalização cultural' é, possivelmente,
sua forma mais visível e efetiva enquanto "ela
caminha na sua trajetória letal de destruição global, removendo todas as
seguranças e barreiras tradicionais em seu caminho. É também a forma de globalização que
pode ser mais facilmente identificada com uma dominação pelos Estados Unidos. Conversi vê uma correlação entre a
globalização cultural e seu conceito gêmeo de 'segurança cultural', tal como
desenvolvido por Jean Tardiff, e outros [20]
Conversi propõe a análise da 'globalização
cultural' em três linhas principais: a primeira se concentra nos efeitos
políticos da alterações sócio-culturais, que se identificam com a 'insegurança
social'. A segunda, paradoxalmente chamada de 'falha de comunicação',[20] tem
como seu argumento principal o fato de que a 'ordem mundial' atual tem uma
estrutura vertical, na realidade piramidal, onde os diversos grupos sociais têm
cada vez menos oportunidades de se intercomunicar, ou interagir de maneira
relevante e consoante suas tradições; de acordo com essa teoria não estaria
havendo uma 'globalização' propriamente dita, mas, ao contrário, estariam sendo
construídas ligações-ponte, e estaria ocorrendo uma erosão do entendimento, sob
a fachada de uma homogenização global causando o colapso da comunicação
interétnica e internacional, em consequência direta de uma 'americanização'
superficial.[20] A
terceira linha de análise se concentra numa forma mais real e concreta de
globalização: a importância crescente da diáspora na política internacional e
no nascimento do que se chamou de 'nacionalismo de e-mail" - uma expressão
criada por Benedict Anderson (1992).[21] "A
expansão da Internet propiciou a criação de redes
etnopolíticas que só podem ser limitadas pelas fronteiras nacionais às custas
de violações de direitos humanos".[20]
Samuel P. Huntington
O cientista político Samuel P. Huntington, ideólogo do
neoconservadorismo norte-americano, enxerga a globalização como processo de
expansão da cultura ocidental e do sistema capitalista sobre os demais modos de
vida e de produção do mundo, que conduziria inevitavelmente a um "choque
de civilizações".
Antiglobalização
Ver artigo principal: Antiglobalização
Apesar das contradições há um certo
consenso a respeito das características da globalização que envolve o aumento
dos riscos globais de transações financeiras, perda de parte da soberania dos
Estados com a ênfase das organizações supra-governamentais, aumento do volume e
velocidade como os recursos vêm sendo transacionados pelo mundo, através do
desenvolvimento tecnológico etc.
Além das discussões que envolvem a
definição do conceito, há controvérsias em relação aos resultados da
globalização.[22] Tanto
podemos encontrar pessoas que se posicionam a favor como contra (movimentos antiglobalização).
A globalização é um fenômeno moderno
que surgiu com a evolução dos novos meios de comunicação cada vez mais rápidos e mais eficazes.
Há, no entanto, aspectos tanto positivos quanto negativos na globalização. No
que concerne aos aspectos negativos há a referir a facilidade com que tudo
circula não havendo grande controle como se pode facilmente depreender pelos atentados de 11
de Setembro nosEstados Unidos
da América. Esta globalização serve para os mais fracos se
equipararem aos mais fortes pois tudo se consegue adquirir através desta grande
autoestrada informacional do mundo que é a Internet.
Outro dos aspectos negativos é a grande instabilidade econômica que se cria no
mundo, pois qualquer fenômeno que acontece num determinado país atinge
rapidamente outros países criando-se contágios que tal como as epidemias se
alastram a todos os pontos do globo como se de um único ponto se tratasse. Os
países cada vez estão mais dependentes uns dos outros e já não há possibilidade
de se isolarem ou remeterem-se no seu ninho pois ninguém é imune a estes
contágios positivos ou negativos. Como aspectos positivos, temos sem sombra de
dúvida, a facilidade com que as inovações se propagam entre países e continentes,
o acesso fácil e rápido à informação e aos bens. Com a ressalva de que para as
classes menos favorecidas economicamente, especialmente nos países em
desenvolvimento,[23] esse
acesso não é "fácil" (porque seu custo é elevado) e não será rápido.